John Dalton
JOHN
DALTON
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Fonte: https://www.famousscientists.org/john-dalton/ |
(1766-1849)
John Dalton nasceu em Eaglesfield, um lugarejo do norte da
Inglaterra. A família pertencia à religião Quaker, que foi uma
forte influência para John e à qual ele permaneceu ligado por toda
a vida. Dalton desenvolveu desde cedo uma paixão pela meteorologia.
Por 46 anos tomou medidas diárias do tempo e das condições
atmosféricas, registrando no papel mais de duzentas mil observações.
Esse interesse pela meteorologia levou-o a debruçar-se sobre o
estudo dos gases, concentrando-se, numa fase inicial, naqueles que
constituem a atmosfera. Dalton introduz a seguinte proposição:
Quando dois fluidos elásticos, denominados A e B, são misturados,
não há qualquer repulsão mútua entre suas partículas.
Consequentemente, a pressão ou peso total sobre qualquer partícula
se deve apenas àquelas de sua própria espécie. Esta é uma
importante lei descoberta por Dalton, conhecida como lei das pressões
parciais. Mais tarde ele daria um novo enunciado dessa lei em termos
mais práticos: Quando a mistura de quaisquer dois ou mais gases
atinge o equilíbrio, a energia elástica de cada um deles sobre a
superfície do recipiente ou de qualquer líquido é precisamente a
mesma como se ele fosse o único gás presente ocupando todo o
espaço, e todos os outros tivessem sido retirados. Anos mais tarde o
próprio Dalton confessaria, numa conferência proferida na Royal
Institution, em Londres, que sua teoria atômica lhe veio a partir da
lei das pressões parciais. A independência de um gás em relação
a outro seria devida aos diferentes tamanhos das partículas que os
constituíam. Mais tarde também lhe ocorreu a ideia de que seus
pesos também seriam diferentes. Pode-se ler nos apontamentos de
laboratório de Dalton que, em 1803, de forma explícita ou
implícita, ele já sustentava os seguintes princípios: • a
matéria é constituída por partículas últimas ou átomos; • os
átomos são indivisíveis e não podem ser criados nem destruí- dos
(Princípio de Conservação da Matéria - Lavoisier); • todos os
átomos de um mesmo elemento são idênticos e apresentam o mesmo
peso; • átomos de elementos diferentes têm pesos diferentes; •
os compostos são formados por um número fixo de átomos de seus
elementos constituintes (Lei das Proporções Fixas - Proust); • se
existir mais de um composto formado por dois elementos diferentes, os
números dos átomos de cada elemento nos compostos guardam entre si
uma razão de números inteiros (Lei das Proporções Múltiplas -
Dalton); • o peso1 do átomo de um elemento é constante em seus
compostos - se a reagir com b para formar ab e c reagir com d para
formar cd, então se ab reagir com cd os produtos serão ad e cb (Lei
das Proporções Recíprocas - Richter).
A primeira comunicação oral de Dalton a respeito de sua teoria foi
lida por ele na Sociedade Literária e Filosófica de Manchester em
21 de outubro de 1803. Ele correlacionou os pesos relativos das
unidades fundamentais dos elementos químicos com as combinações
que estes apresentavam em seus compostos, considerando que todas as
partículas de hidrogênio, de oxigênio etc. existentes em qualquer
composto desses elementos seriam iguais em peso, tamanho ou forma; da
mesma maneira, qualquer partícula de água seria igual a qualquer
outra partícula de água. As partículas constituintes das
substâncias simples, contendo apenas um tipo de elemento, foram
chamadas de “partículas últimas”, e são os nossos átomos. No
New System of Chemical Philosophy ele apresenta uma nova tabela,
bastante expandida e aperfeiçoada, que dá conta dos pesos relativos
de substâncias simples e compostas. As unidades fundamentais dessas
substâncias são todas denominadas átomos, uma vez que o conceito
de molécula, como o conhecemos, ainda não existia. Dalton mostrou
também como os diferentes átomos se combinavam para formar as
substâncias compostas, usando seu complicado sistema de notação. A
Teoria Atômica, porém, não teve uma aceitação pronta e
universal; muito pelo contrário. Por isso, durante a maior parte do
século XIX preferiu-se trabalhar com o conceito de peso equivalente
das espécies químicas, no lugar de peso atômico ou molecular.
Texto retirado de: FILGUEIRAS, Carlos Alberto. Duzentos anos da
teoria atômica de Dalton. Química Nova na Escola. N° 20,
novembro, 2004, 38-44.
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