Joseph Priestley


JOSEPH PRIESTLEY
portrait of Joseph Priestly
Fonte: http://www.rsc.org/diversity/175-faces/all-faces/joseph-priestley/
(1733 – 1804)

Joseph Priestley (1733-1804) nasceu na Inglaterra, em uma vila perto da cidade de Leeds. Priestley foi criado pelos avós e, depois, pelos tios, que eram ricos. Eles lhe deram uma boa educação e esperavam que ele se tornasse um pastor. No entanto, durante sua adolescência Priestley começou a ter dúvidas sobre os ensinamentos religiosos e se afastou da igreja calvinista. Era uma pessoa interessada em se instruir. Aprendeu línguas (grego, latim, hebraico, árabe, francês, italiano, alemão) e estudou matemática, filosofia e física. Aos 19 anos de idade resolveu retomar o estudo teológico, porém em uma linha diferente, a dos “Dissidentes Racionais”, que davam importância à análise racional da Bíblia e do mundo natural. Priestley acreditava que tanto as verdades religiosas quanto as leis morais podiam ser provadas cientificamente. Aos 22 anos ele se tornou um pastor. Tendo completado sua formação, mudou-se em 1755 para uma pequena cidade rural, Needham Market, assumindo uma paróquia. Porém, os fiéis da cidade não gostaram das suas ideias religiosas pouco convencionais. A tia de Priestley deixou de lhe dar apoio, por ter abandonado o calvinismo. Ele acabou se mudando em 1758 para outra cidade, Nantwich, onde foi bem recebido como pastor, e dedicou-se também a uma escola. Escreveu uma gramática inglesa para seus estudantes, e dedicou-se a ensinar-lhes “filosofia natural” (física), comprando instrumentos científicos para suas aulas (Crosland, 1983, p. 226). Pouco depois, quando tinha 27 anos de idade, foi convidado para tornar-se professor da Warrington Academy, mudando-se para essa cidade em 1761, onde ficou por 5 anos. Nesse período, casou-se, tendo 3 filhos. Durante essa fase escreveu livros sobre educação e sobre história, bem como uma compilação de pensamentos dos filósofos de todas as épocas. Ministrou inicialmente aulas de retórica e línguas modernas, depois começou também a lecionar anatomia e “filosofia natural”. Nessa época, uma das áreas da física que estava se desenvolvendo muito era o estudo da eletricidade produzida por atrito. Priestley começou a estudar o assunto e resolveu escrever uma obra relatando as descobertas realizadas sobre o assunto – uma “História da eletricidade”. Começou a repetir muitas experiências sobre os quais havia lido, e logo foi levado a novos experimentos, que também incluiu no seu livro. Para realizar esses estudos experimentais, adquiriu muitos aparelhos, que consumiram uma parte significativa de sua renda. Vários pesquisadores ficaram impressionados com seu trabalho e em 1766, antes mesmo da publicação do seu livro, ele foi indicado para a posição muito honrosa de membro da Royal Society.
Por causa do sucesso de sua “História da eletricidade”, Priestley resolveu escrever uma nova obra do mesmo tipo, porém sobre óptica. O livro foi publicado em 1772, e não foi bem recebido, e as vendas não foram boas. Priestley havia investido muito dinheiro comprando livros e instrumentos para seus estudos de óptica, e ficou muito decepcionado, abandonando o projeto de escrever outras obras sobre “filosofia experimental” (Crosland, 1983, p. 230). No entanto, o gosto de Priestley pela ciência logo o levou a iniciar experimentos de um outro tipo, que não custavam praticamente nada (Crosland,1983, p. 233): o estudo do “ar fixo” (que havia sido pesquisado por Joseph Black) que era produzido na fermentação da cerveja, em uma cervejaria próxima à sua casa (Priestley, 1772a, p. 148).
Texto retirado de: MARTINS, Roberto Andrade. Os estudos de Joseph Priestley sobre os diversos tipos de “ares” e os seres vivos. Filosofia e História da Biologia, v. 4, p. 167-208, 2009.

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